Nascido em 1º de maio de 1936, na cidade de Campo Maior, no Piauí, e faleceu em 3 de agosto de 2014. Zé Lira foi um homem que desbravou a vida com dignidade e sabedoria. Seu nome ficou gravado na memória de todos que o conheceram não apenas pelo trabalho árduo, mas pela mente brilhante e pelo espírito incansável.
Casado com Maria Luiza Ramos Lira, criou com amor e responsabilidade sua filha Cleofas Ramos Lira — fruto de um relacionamento anterior — como também foi exemplo e guia para os netos: Naã Ramos Lira, Nardson Ramos Lira, Naathy Nayra Ramos Lira e Nadça Ysmara Ramos Lira. A família Lira, unida e respeitada, carrega até hoje os princípios e ensinamentos deixados por esse patriarca extraordinário.
Zé Lira era conhecido por sua versatilidade: foi giriqueiro, dirigindo tratores em tempos difíceis; paneleiro, dominando a arte de moldar peças em alumínio; ferreiro, parceiro do saudoso Geraldo Ferreiro, referência local; e ainda homem da terra, cultivando roças e uma impressionante horta com mais de 25 canteiros.
Trabalhou também em importantes instituições como a SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) e a COLONE (Companhia de Colonização do Nordeste), desempenhando funções essenciais no desenvolvimento regional e no apoio às famílias rurais. Em ambas as instituições, Zé Lira deixou sua marca com dedicação, responsabilidade e espírito público, sempre voltado ao bem coletivo.
Mais que trabalhador, foi empreendedor nato. Fundou uma das primeiras olarias da região — fábrica manual de tijolos e telhas — que movimentava a economia local e ajudava a erguer lares com suas próprias mãos.
Mas Zé Lira foi além. Como fiscal de terras, teve papel crucial na formação dos bairros Vila Nova e Vila Gusmão, desbravando terrenos sem a ajuda de GPS ou tecnologias modernas. Com precisão surpreendente, desenhou e organizou territórios ao lado de seus netos, como um verdadeiro topógrafo autodidata. Hoje, ao olhar fotos aéreas desses bairros, percebe-se a visão de futuro que ele tinha, mesmo com recursos tão limitados.
Homem de fé inabalável e profundo conhecedor da Bíblia, reunia aos sábados, na porta de sua casa, dezenas de amigos para debater as Escrituras e a vida. O mais impressionante? Não lia a Bíblia — a recitava de memória, com autoridade e sabedoria que encantavam a todos. Era um pensador nato, um verdadeiro filósofo popular, um homem simples com alma grandiosa.
O legado de Zé Lira é um tesouro. Ele não deixou apenas construções físicas, mas valores que moldam gerações. Sua história continua viva na memória de familiares, amigos e de todos os que cruzaram seu caminho.
Neste 3 de agosto, a saudade bate forte, mas a certeza de que ele vive em cada passo da família Lira é ainda mais forte. Zé Lira foi — e é — símbolo de luta, fé, trabalho e amor ao próximo.