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20 setembro 2025

“Braço direito” de marido da senadora Eliziane Gama é preso em operação da PF contra esquema bilionário de corrupção

A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (17) Rodrigo de Melo Teixeira, diretor de Administração e Finanças do Serviço de Geologia do Brasil (SGB), empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Teixeira é considerado o “braço direito” de Inácio Cavalcante Melo Neto, diretor-presidente do órgão e marido da senadora maranhense Eliziane Gama (PSD), responsável por sua indicação ao cargo no governo Lula.

A prisão ocorreu no âmbito de uma megaoperação da PF contra uma organização criminosa especializada em crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro, que teria movimentado cerca de R$ 1,5 bilhão, com potencial de expansão para R$ 18 bilhões em projetos já em andamento.

No total, foram cumpridos 22 mandados de prisão,17 resultaram em prisões efetivas, e 79 mandados de busca e apreensão em diferentes estados. Entre os detidos, está também o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato Seabra Filho.


Perfil do investigado

Delegado de carreira da PF, Teixeira ingressou na instituição em 1999. Foi diretor de Polícia Administrativa até o fim de 2024, chegando a ocupar o terceiro posto mais alto da corporação. Também atuou como superintendente da PF em Minas Gerais e exerceu cargos na segurança pública estadual, como secretário adjunto de Defesa Social de MG (2015-2016) e secretário adjunto de Segurança de Belo Horizonte (2019-2022).

O esquema

De acordo com a PF, Teixeira atuava de forma “oculta e ativa” no mercado minerário, usando empresas de fachada e intermediários para negociar com empresários do setor. O principal líder apontado pela investigação é o empresário Alan Cavalcante do Nascimento, dono de empresas e de uma jazida na Serra do Curral (MG).

As apurações indicam que o grupo comprava facilidades de servidores de órgãos de fiscalização ambiental e de mineração, obtendo licenças e autorizações fraudulentas. Também teria recorrido a mecanismos sofisticados de lavagem de dinheiro e monitorado autoridades públicas para dificultar investigações.

“A organização criminosa teria atuado para neutralizar a ação do Estado, dificultando as investigações e monitorando autoridades”, destacou a PF em nota.

Além das prisões, a Justiça determinou o afastamento de servidores públicos suspeitos de ligação com o esquema.