Zé Doca vive um momento histórico e profundamente emocionante. Entre lágrimas de alegria e gratidão, Bruna de Sousa escreve uma nova página de coragem, representatividade e amor-próprio na história do município.
Durante muito tempo, Bruna viveu aprisionada em um mundo que não refletia quem ela realmente era. “Por diversas vezes ouvi piadas, preconceito e homofobia — coisas que muitos tratam como simples ‘opiniões’, mas que para mim sempre doeram profundamente”, desabafa. Desde a infância, enfrentou olhares cruéis, comentários ofensivos e o peso de uma sociedade que, muitas vezes, cobra respeito, mas se esquece de respeitar.
“Vivi anos tentando me encaixar em algo que não era eu. Sofri na infância, sofro até hoje, porque para muitos, a transfobia ainda é tida como brincadeira. Mas esse tipo de brincadeira machuca. Machuca de verdade”, contou emocionada.
Bruna aproveitou o momento para agradecer a todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram para essa conquista: “Agradeço de coração a todos que me respeitaram e me acolheram com empatia. Ser reconhecida como mulher trans, pela sociedade e pela lei, é o maior sonho da minha vida — e hoje ele se realizou.”
Bruna de Sousa é, hoje, a primeira mulher trans oficialmente reconhecida em Zé Doca — e sua trajetória é um símbolo de resistência e vitória. Uma história que inspira, emociona e prova que o amor e o respeito são mais fortes do que o preconceito.
Zé Doca se enche de orgulho ao reconhecer o brilho, a força e a coragem de uma mulher que transformou dor em vitória e preconceito em inspiração.
“Ser respeitada é mais do que um direito — é uma conquista. E eu conquistei.” — Bruna de Sousa.