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16 outubro 2025

Convocação de irmão de Lula na CPI que apura fraudes no INSS e a postura da senadora Eliziane Gama

Base do governo barra convocação de irmão de Lula na CPI que apura fraudes no INSS — e a postura da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) gerou forte decepção entre parlamentares e parte da opinião pública.

Por 19 votos a 11, a base governista conseguiu impedir que José Ferreira da Silva, o “Frei Chico”, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fosse convocado para prestar esclarecimentos na CPI mista que investiga fraudes em descontos indevidos de aposentadorias e pensões. O caso envolve o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), entidade que teve R$ 390 milhões em bens bloqueados por ordem do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal.
Embora “Frei Chico” não seja formalmente investigado pela Polícia Federal, sua ligação direta com o Sindnapi — onde ocupa o cargo de vice-presidente — levantou questionamentos sobre o real alcance de sua influência. A oposição defendia sua convocação como medida de transparência e isenção nas investigações.

Mas a base do governo, liderada por parlamentares aliados, entre eles a senadora Eliziane Gama, trabalhou firmemente para barrar o pedido. Eliziane justificou o voto afirmando que “não há qualquer indício de envolvimento de Frei Chico nas irregularidades apuradas”, argumento visto por muitos como uma tentativa de blindar o governo e proteger o núcleo familiar do presidente.
A fala da senadora causou frustração até entre antigos apoiadores, que esperavam dela uma postura mais independente e comprometida com a verdade dos fatos. Para críticos, Eliziane perdeu a oportunidade de demonstrar coerência com o discurso de ética e transparência que sempre defendeu.
Enquanto isso, os dados revelados pela Dataprev apontam que o Sindnapi recebeu mais de R$ 507 milhões entre 2020 e 2025 — o que reforça a necessidade de apurações profundas e imparciais.

Blindar aliados e familiares do poder não é o caminho para fortalecer a democracia. A decepção com a postura de Eliziane Gama reflete o sentimento de que, mais uma vez, a política optou por proteger os seus, em vez de defender o interesse público.